13.1.14

cupido safado




Por aqui o amor vem e vai, e me leva pra outro lugar no escuro. E me estica pra esperança. Que de tanto bater aprendeu a dançar, meu coração. Virou uma safadeza só. Dessas das boas que acende a luz de madrugada pra sair pra rua feito criança perdida mas que, na safadeza sabe onde vai. E volta e vai e a gente se acaba em riso numa ideia barulhenta que dorme depois, de dia.

Dai ele recua e fica de longe sentado numa cadeira de rei fazendo um filme dos meus traços esperando que um cupido estúpido me leve de volta pra sua carruagem.

Não sou gata, meu rei. Sou borralheira, não nego, pago se quiser. Faço gosto dessa vida porque é maravilhoso tudo que me liberta e solta o riso sem esperar. Tem mistério e não tem licença pra acontecer. Tem desejo.

Ando agora por uma estrada torta usando vestido que voa cada vez faço uma curva. E o vento traz aquele gosto e cheiro de quero mais, quero mais é morrer vivendo assim, de amor em cada esquina.

Um vem e volta, volta e vai, vem e fica pra depois ir de novo e sempre mais. Sem pedir pra acontecer de novo. E depois nada tem importância e isso é a coisa mais importante, ser efêmero e eterno ao mesmo tempo

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